
1 de detenção e 14 denúncias
Recebiam 10 euros por cada hora de atividade. São suspeitos em várias funções por fraude contra o Estado e incêndios criminosos.
Os bombeiros do turno D trabalhavam muito mais que os restantes. Parecia magia quando chegava a vez dos voluntários coordenados por Davide De Vita, o incendiário de Scatenassero. Essa equipe, composta por 15 pessoas, tinha nos seus registos três vezes mais atividade do outras e cada elemento recebia uma indenização de 10 euros. Eles trabalharam tanto que, no quartel de Santa Croce Camerina, outros voluntários pediram para ser autorizados a fazer parte dessa equipa.
E foi a partir desta anomalia que os investigadores criminais de Ragusa equipe, liderados por Antonino Ciavola, trouxeram ao de cima um grupo bem organizado de incendiários que em 2015 foi autor de dezenas de incêndios.
Eram os bombeiros voluntários do destacamento de Santa Croce Camerina. O chefe de equipa, durante as horas de serviço, levava o veículo, afastava-se, ateava fogo em pontos estratégicos da floresta, depois simulava fazer uma chamada de emergência e logo entrava em ação com a sua equipa para extinguir as chamas.
Os levantamentos tomados pelo comando dos bombeiros de Ragusa foram o que levou o chefe de equipa à prisão, David Di Vita, de 42 anos e a queixa contra os 14 elementos da sua equipa por fraude e incêndios criminosos. O procurador pediu a prisão para todos, mas uma vez que os fatos se relacionam com 2015, o juiz de instrução assinou a ordem para capturar apenas o chefe da equipa, mente de grupo, que quando intercetado pelas autoridades disse que "queria fazer uma bomba", para receber uma indeminização de vida, já que trabalhava como assistente técnico de sistemas de refrigeração.
Este era o seu modus operandi: os voluntários com a ajuda dos amigos, que telefonavam a informar de incêndios inexistentes iniciados pelos animais selvagens, inclusive com os seus próprios telemóveis e logo iniciavam a intervenção para receberem a remuneração. Além disso, eles aproveitaram as condições climáticas favoráveis, nos dias de grande calor ou vento, para incendiar áreas terrestres e arborizadas e manteve-se próximo até a sala de operações dos bombeiros deu o alarme e iria enviá-los no local.
Como os intercetaram?
Com os sinais de GPS contínuos, reunidos pelos investigadores da operadora móvel, os voluntários ficaram sempre mais 'perto do lugar de fogo, para garantir a ‘prioridade de intervenção’ face a outras equipas. Intercetado e detido pela polícia, adianta as suas próprias palavras "Eles sabem tudo, eles sabem que nós ateamos fogo", eles admitiram a sua responsabilidade.
in LaRepubblica.it 07 agosto 2017
ALESSANDRA ZINITI,
traduzido por Dep. Relações Internacionais & Humanitárias (DRIH – GNBE)