top of page
História
 

Tudo se iniciou por uma partilha de ideias inovadoras, derivadas de um descontentamento mútuo e pelo criticismo, proveniente da inflexibilidade social, imposta pelas tradições e costumes da história dos Bombeiros. Tomando como ponto de partida o Enfermeiro, tal descontentamento fundamenta-se pela ausência do devido reconhecimento da utilidade dos profissionais de saúde nestas mesmas instituições, bem como da ausência do consentimento oficial para a respetiva autonomia no exercício, devidamente enquadrado para o seu âmbito.

 

Num velho passado, a emergência, na altura designada de socorrismo, maioritariamente advinda do conhecido “Bombeiros * Serviço de Saúde *”, cuja praxis era advinda de iniciados, acaba por ser abandonada pelos mesmos quando estes se tornam hábeis, pelo compreensível interesse em seguir uma carreira profissional no organismo apropriado a este fim. Neste contexto de abandono, experimenta-se um menosprezo do que realmente importaria e importa para a Proteção Civil e Bombeiros e o seu próprio contexto. Ao mesmo tempo, como que de uma forma cíclica, repete-se o mesmo fenómeno altruísta e entusiasta, individual e institucional, como crença uma para voluntariamente fazer mais e melhor que os então institucionalizados (ex. iniciados agora hábeis e supostamente em carreira), descontextualizando-se da sua responsabilidade e compromisso social.

 

 

Tal tomou o caráter de uma pura competição na oferta de um melhor serviço que, só na mais pura ilusão estaria ao alcance, em qualquer parte, por qualquer comum associação, comparativamente às capacidades de um serviço/instituto civil de caráter nacional devida e exclusivamente financiado para este mesmo fim. Como resultado, a intenção para os cuidados de saúde no contexto de Proteção Civil e Bombeiros, foi subsequentemente mal direcionada e não raras vezes, encarada como uma forma de solapar as missões de caráter medicalizado, da exclusiva responsabilidade dos Serviços de Emergência Médica (SEM) existentes. 

 

Por outra parte, é de ter-se em conta que os SEM não estão ética ou moralmente obrigados a prover os seus profissionais de conhecimento específico em áreas especializadas como a de Bombeiros e tal nem faria sentido. De assim ser, o mesmo seria aplicável para todas as outras áreas, negligenciando-se o cumprimento geral da sua missão fundamental:a emergência médica. Desta forma o surgimento do serviço de saúde, adequado ao âmbito de Proteção Civil e Bombeiros, nas intervenções de e para a saúde, emergência e manuseio dos riscos humanos, tratou de nunca ser lembrado, ou melhor dizendo, jamais foi adequadamente valorizado.

 

 

Algumas experiências e maturação de conhecimentos foram necessários para que, numa consciência comum, esta preocupação nascesse e com ela o interesse sobre locais onde esta mesma filosofia outrora foi implementada - a título de exemplo é o caso de  países como Bélgica, Espanha, França, Suíça e recentemente Andorra. Conjuntamente com a maioria das entidades ai pertencentes, foi iniciado um longo trabalho de recolha de resultados, investigando sobre seus detalhes, estratégias e formas de resolver os problemas. No fundo tratou-se de conhecer tudo aquilo que neles contribuiu para uma práxis criadora e reflexiva, acabando com os remedeios e com o problema que em Portugal ainda hoje temos - clarividente no uso rotineiro de recursos inapropriados da práxis reiterativa/imitativa e subsequentemente da (anti)práxis (inadequada e impreparada) para este tipo de missões de caráter binomial ambivalente, ou seja as missões que dizem respeito à saúde e ao suporte de cuidados em contexto de Proteção Civil e Bombeiros, melhor dizendo: as missões de Profissionais de Saúde de Bombeiros.

Através deste de ideias, revela-se assim a imperiosa preocupação pelo desenvolver de uma atividade hiperespecífica, jamais abordada no nosso país, apesar dos inúmeros acontecimentos desafortunados dentro destas áreas. Desta forma tal como nos países de exemplo, está dado início, não só através da Enfermagem, mas também dos demais agentes interdisciplinares nas áreas técnico-científicas da saúde, a uma intenção de avanço para uma parceria, como forma de utilização eficiente dos recursos existentes, para uma resposta precoce e adaptada a situações de emergência que tornarão o Bombeiro mais forte! Tal, conseguirá com que ao mesmo tempo venha existir maior reconhecimento social do serviço prestado pelos Bombeiros em Portugal, através de uma melhoria na capacidade de resposta integral ao cidadão e de uma verdadeira aposta pelo futuro, ao existir um serviço de cuidados saúde que não se sobrepõe aos serviços de saúde ocupacional, nem compete com os atuais SEM, mas que os complementa. Com isto completa-se a resposta à operacionalidade e assistência integral da urgência e da emergência, originando-se assim um verdadeiro fenómeno de rentabilidade socioeconómica.

 
bottom of page