Ao final da tarde desta quinta-feira, a Proteção Civil acompanha seis incêndios com “maior preocupação”. Aveiro, Santarém, Vila Real e Viseu são os distritos que mobilizam mais recursos no combate ao fogo, numa quinta-feira em que há registo de 135 incêndios até ao final da tarde
Os seis incêndios acompanhados com "maior preocupação" pela Proteção Civil mobilizavam ao final da tarde de hoje 1.584 operacionais, 449 viaturas e 24 meios aéreos, nos distritos de Aveiro, Santarém, Vila Real e Viseu. Segundo a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, num ponto da situação às 19h00, o incêndio de Mação continuava a inspirar maior preocupação, alastrando já ao distrito de Portalegre, na zona de Belver, concelho de Gavião.
Desde as 00h00 desta quinta-feira registaram-se "um total de 135 ocorrências", das quais 15 se encontram em curso, e a ANPC está a acompanhar com "mais atenção e mais preocupação" seis incêndios, incluindo o de Mação, distrito de Santarém, que mobiliza 1.038 operacionais, 303 viaturas e 13 meios aéreos.
Ainda no distrito de Santarém, as chamas que deflagraram hoje em Ferreira do Zêzere mobilizavam 87 efetivos, 25 veículos e duas aeronaves.
MAÇÃO CONTINUA A SER O PIOR INCÊNDIO
No distrito de Viseu estão a ser combatidos incêndios em Resende, por 147 operacionais, apoiados por 40 veículos e dois meios aéreos, e em Castro Daire, para onde foram destacados 121 efetivos, 34 viaturas e quatro meios aéreos.
Em Boticas, Vila Real, estavam no terreno 87 operacionais e 20 viaturas, apoiados por duas aeronaves, enquanto em Aveiro, na zona da Horta, as chamas estavam a ser combatidas por 104 operacionais, 27 veículos e uma meio aéreo.
De acordo com Patrícia Gaspar, o incêndio de Mação apresenta-se como de "maior complexidade", porque depois dos trabalhos de consolidação durante a manhã, com o apoio de sete máquinas de rastos, o aumento das temperatura e do vento originou "imensas reativações".
A situação agravou-se principalmente a zona sul da área consumida pelas chamas, nas zonas de Rosmaninhal, no perímetro da vila de Mação, nas Mouriscas e, mais recentemente, na Ortiga, a sul da Autoestrada 23 (A23), onde estavam a ser concentrados todos os meios.
92 FERIDOS EM SEIS DIAS
Os feridos reportados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), registados desde 11 de agosto, foram atualizados "em 58 pessoas assistidas nos diferentes teatros de operações" e "92 feridos", dos quais 85 ligeiros e sete feridos graves, adiantou a porta-voz da ANPC. Esta quinta-feira houve feridos ligeiros em Mação e em Resende, devido a inalação de fumo, e dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros no incêndio de Ferreira do Zêzere e não há qualquer ferido, entre os com mais gravidade, que corra risco de vida.
A declaração de calamidade, por precaução, anunciada hoje pelo Governo para vários locais do país foi uma "opção política" e Patrícia Gaspar explicou que a ANPC aguarda pela definição da decisão para verificar o alcance das medidas extraordinárias que podem ser adotadas para prevenção e combate aos incêndios.
ESTRADAS CORTADAS
Os incêndios levaram, no caso de Mação, ao corte da Estrada Nacional (EN) 244-3, entre Louriceira e Serra, EN244, entre Mação e Chão de Codes, a A23, nos dois sentidos entre os nós de Mouriscas e de Mação, e estava em avaliação o fecho de vias de acesso a Ortigas, por questões de segurança.
No distrito de Aveiro estava a ser avaliada a reabertura da A1, cortada devido ao fumo intenso, mas o combate às duas frentes de fogo estavam a evoluir favoravelmente, acrescentou a adjunta de operações da ANPC.
Em consequência dos incêndios mantinham-se ativados o plano distrital de emergência de Santarém e os planos municipais de Cantanhede, de Ferreira do Zêzere, de Vila de Rei, do Fundão e de Castelo Branco.
Expresso / Lusa 17.08.2017 às 21h32